A presidente da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa, deputada Dra. Mayara Pinheiro (Progressistas), esteve reunida em Audiência Pública virtual, na tarde desta terça-feira (7), com órgãos responsáveis pela saúde pública no Amazonas para debater medidas preventivas e as estratégias traçadas diante da ameaça de chegada da nova cepa, Ômicron, no Amazonas. Além disso, Mayara cobrou a apresentação do calendário de vacinação para o interior e a intensificação da imunização nos municípios.
Estiveram presentes representantes da Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM), Fundação de Vigilância Sanitária (FVS), Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), Fundação Medicina Tropical (FMT), Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Ministério Público do Estado (MPE), COSEMS/AM – Conselho de Secretários Municipais de Saúde(COSEMS), Secretaria Municipal de Saúde (SEMSA).
Para Mayara a vacinação é a melhor forma de combater o vírus da Covid-19 e suas variantes. “De fato, uma nova variante está aí e precisamos discutir, pois a Ômicrom tem transmissão mais rápida. Temos que lembrar que há muita coisa desconhecida, ainda, sobre a doença, a ciência está trabalhando com as evidências e a única certeza que temos é a importância da vacinação. E o Amazonas não está alcançando a meta. Precisamos evitar que novas mortes ocorram”.
De acordo com a SES-AM, nenhum caso da nova variante foi registrado no Estado e sobre a vacinação, o órgão informou a intensificação da campanha na capital por meio da disponibilização de postos em shoppings e anunciou a presença da carreta da vacina, que vai alcançar os bairros da cidade.
Outro ponto levantado pela deputada foi a questão de medidas efetivas para impedir que a nova variante entre no Estado por meio de portos, aeroportos e rodoviárias. De acordo com o Dr. Felipe Naveca, da FIOCRUZ, antes da confirmação da nova variante, cerca de 100 testes eram realizados diariamente, hoje esse número aumentou para 200, o que representa 10% de todos os passageiros que desembarcam no Amazonas.
A realização de grandes eventos com aglomeração de pessoas também foi pauta na audiência. Para o Dr. Arlindo Gonçalves, da DPE-AM, a realização de eventos é uma porta para disseminação do vírus e especialmente d a variante Ômicrom . “Ainda estamos vivendo uma pandemia. Não sabemos se saímos da fase inicial. O próprio governo incentiva pessoas que já se vacinaram a irem para eventos. Nenhum fabricante de vacinas garante o esgotamento do risco e de novas ondas. Os protocolos não estão sendo seguidos em eventos e os órgãos de fiscalização não estão agindo de forma correta”, afirmou o Dr.
Dra. Mayara também demonstrou preocupação com a população do interior, levando em consideração todas as dificuldades enfrentadas pela população ribeirinha, principalmente em tempos de cheia, e teve seu discurso apoiado pela representante da MPE-AM, Dra. Silvana Nobre que solicitou a intensificação da vacinação além da capital e que a população não pode abandonar o uso de máscaras e aglomerar. “Tirar a máscara acaba com a barreira sanitária. Não temos mais tempo pra brincar com Covid 19” e fez uma alerta: “Vamos experimentar se esse vírus se agravar ou não, para poder fechar?”.
Dados atualizados pela FVS, sobre a cobertura vacinal em relação à população do interior mostram que os cinco municípios com menores índices são: Amaturá com 6,7% , Tapauá com 8,6%, São Paulo de Olivença com 14,0%, Maraã com 17,2% e Santo Antônio do Içá com 17,3%.
Segunda a SES-AM, um plano estratégico foi desenhado com a OMS (Organização Mundial de Saúde) para chegar aos municípios do interior com uma mega vacinação, divididas em três ações, com início nesta quarta-feira(8). A medida é uma resposta ao pedido da deputada Mayara feito na tribuna da Assembleia Legislativa, no último dia 30 de novembro.
Para Dr. Bernardino Albuquerque,representante da UFAM na audiência, é muito importante fazer uma mega vacinação no interior do Estado, porém, é preciso atrelar a vacinação a benefícios recebidos, como CNH Social, para estimular uma mudança de comportamento na população.
De acordo com Mayara, a Comissão de Saúde da Casa vai aguardar respostas de questionamentos sobre o calendário de vacinação do interior, quantidade de leitos disponíveis para atendimento da população em caso de uma terceira onda e se comprometeu em colocar na próxima pauta da Comissão de Saúde da Aleam, a discussão sobre o PPI(Programação Pactuada Integrada), para socorrer o interior do Estado com recursos para a vacinação.
“O interior mais uma vez está desfavorecido. Precisamos priorizar essa ajuda para que vidas interioranas tenham o mesmo valor que vidas da capital”, finalizou Dra. Mayara.